sexta-feira, setembro 10, 2004
Associação Académica de Coimbra rejeita exclusões por falta de pagamento de propinas
"A Associação Académica de Coimbra (AAC) comprometeu-se hoje a defender "até às ultimas consequências" os estudantes ameaçados de exclusão da universidade por não disporem de meios para pagar as propinas.
"Lutamos pelo ensino superior universal e gratuito e jamais admitiremos que a secular Universidade de Coimbra ponha em causa um direito fundamental de todos os homens, o direito à educação", afirmou, em conferência de imprensa, Miguel Duarte, presidente da instituição.
Para apoiar os estudantes com dificuldades financeiras, a AAC inaugurou hoje um gabinete para receber as queixas e as encaminhar aos responsáveis da universidade.
Recentemente, os estudantes foram confrontados com a sanção de não se poderem matricular no novo ano lectivo sem os pagamentos das propinas regularizados. Alguns deles têm uma situação de incumprimento de vários anos, por terem aderido a sucessivos boicotes.
Em Agosto, o reitor da Universidade de Coimbra, Seabra Santos, criou um sistema de pagamento faseado das propinas em atraso, para ajudar os estudantes a saldá-las, mas, segundo a AAC, "há muitos em pânico", por não disporem de meios económicos para suportar o encargo.
Ao receber a informação da dificuldade do estudante, o gabinete ajuda-o a elaborar uma carta, e remete outra da AAC, alusiva à situação específica, e dirigidas ao reitor e ao administrador do Serviço de Acção Social.
"Queremos que a universidade assuma o compromisso de não excluir ninguém. Ninguém ficará excluído enquanto a AAC existir. Lutaremos até às últimas consequências", assegurou Miguel Duarte, frisando que a própria ministra da Ciência e do Ensino Superior assumiu o compromisso de não excluir estudantes por dificuldades económicas.
Para o presidente da Associação Académica de Coimbra, esta situação é "particularmente injusta", porque foram os estudantes boicotantes que ajudaram as universidades a demonstrar que não conseguiam sobreviver com os montantes das transferências do Orçamento do Estado."
Retirado do Publico.pt